Da chegada a Drave recorda sobretudo o eco dos balidos ressoando como gritos das centenas de cabras, que pareciam ter tomado de assalto a aldeia, que se estendia pela colina, procurando desesperadamente comida dentro e fora das casas em ruínas, por todos os recantos, equilibrando-se em cima dos pedregulhos, esticando-se, pulando e torcendo-se dispostas a tudo para alcançarem uma pontinha de erva tenra. Por outro lado a água corria até ao fundo do vale, local de confluência de três ribeiros, formando pequenos lagos. Entretanto, com surpresa, reparou na presença de alguns jovens, em fato de banho, à volta do rio. (Por momentos, chegou a pensar que se encontrava num local frequentado por veraneantes de praias fluviais.) Mas descobriram uma zona do rio onde não se encontrava ninguém com área e profundidade adequada para tomar banho. Várias pedras enormes situadas no leito do rio estrangulavam e impediam a passagem livre da água, que se precipitava formando um cascata. É claro que a Margarida entrou logo na água(...)
Após o banho, resolveram ir explorar a aldeia. Entretanto, de repente e como por encanto, desapareceram todas as cabras. Drave que actualmente não tem moradores é constituída por dois núcleos habitacionais, com casas de pedra e telhado de xisto que se dispõem pela colina acima. A capela muito simples e pequena sobressai do conjunto porque se encontra caiada de branco. Caminharam através das estreitas e sinuosas ruas observando o que resta das casas. Aqui e ali, quando ainda havia porta, abriam-na e o cheiro quente a madeira permanecia a lembrar os tempos antigos.