Acerca da solidão não se enganaram
os jovens Mestres (quão bem entenderam a
condição humana) como está presente
enquanto outros festejam ou se abraçam ou simplesmente
conversam
entre si. Como (ante
a solidão) deve sempre haver alguém
que não queria especialmente que acontecesse.
Nunca esqueceram que a mais terrível solidão
tem uma geografia (o quarto abandonado
onde conversa sozinha ou isolada de tantos
no imo da multidão).
No Grito de Munch por exemplo:
a ponte é oblíqua como o medo. Os dois
amigos até podem não ter escutado o grito
mas tal não é determinante -
o céu em tumulto assistiu à angústia
da boca aberta (as
mãos cerrando os ouvidos ao grito essencial) e
sob o fiorde azul deu-se algo de extraordinário:
o grito chegou a acender-se mas
não se desfez em som.
João Luís Barreto Guimarães
http://www.youtube.com/watch?v=QnoGHHm_gTA
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