segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Klimt
Gostava de tratar do seu jardim. Foi aí que um dia aprendeu
que uma flor pode nascer dentro dos olhos. É essa interioridade
e não a flor que se deve pintar. Conseguiu fazê-lo. Por isso
do seu perfume é que chegam as cores e as formas. Talvez
as dos cabelos que ficam soltos, de um bracelete, de um leve tecido
circular. E também da nudez. Veio depois ensinar que ela existe
como se estremecêssemos quando um rosto principia a tocar outro
com suavidade. Há algumas linhas que se tornaram iguais a caules
inexistentes. Vemos pequenos triângulos, escamas douradas ou círculos
que permanecem à sua volta. Ele sabia ornamentar a morte.
Fernando Guimarães
https://www.youtube.com/watch?v=5h5Xc-rUef4
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