mas negam a inércia, arrancam-te
do chão. Tens o poder e a altura precisas
para a vasta geografia dos campos e das casas.
´ És vertical no peso, na verdade do nome
do princípio ao fim, firme de seres terra
e o cheiro que tens é de um livre universo:
a terra pode esperar, confia em teu galope.
Porque te quero único, por não ser e
para ser, quantas vezes te falho
sem a paciência
da tua impaciência nobre de cavalo.
Mas o teu galope liberta o meu alento
e o meu desejo corre sobre a planície branca,
a teu lado chispando a rubra fúria
com a garganta ébria
de uma implacável frescura.
António Ramos Rosa
(pintura de Júlio Pomar)
https://www.youtube.com/watch?v=bdBMhX9GZpY
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