Como é triste…
Este bairro agoniza
Ruas quase
desertas
Casas
abandonadas
Lixo, muito
lixo
Ruas
esburacadas e negras.
Pobres habitantes
Empurrados
Para a
periferia!
Outros virão
Instalar-se
aqui
Nos novíssimos
prédios
Em
construção.
(Isto
valoriza a zona.
E é bom para
o turismo!)
Instintivamente
Apanho um
pedaço de papel
Miro-o,
remiro-o
Amarroto-o
com as duas mãos
Aliso-o
vagarosamente
Com a
tesoura faço uns cortes
Um picotado
E volto a
amarrotá-lo
Levo um
pedacinho à boca
E mastigo-o
Devagar
A saborear
E eureka,
entendi!
Ok, Gordon
Matta-Clark,
Tens toda a
razão,
Os tempos
mudaram,
A arte já
não cabe
No aconchego
dos museus.
Ficaram célebres
As tuas
intervenções
Nas casas
abandonadas
Mostrando
novas formas de olhar
E agitando
as consciências…
Ok, Gordon
Matta-Clark,
Mais uma vez
concordo contigo.
A arte é frugal
Total
Para ser
comida
E vivida
Mortal
Como todos
nós.
Gostei muito deste trecho-poema de quem entendeu e sentiu a exposicao de e sobre Gordon Matta Clark.
ResponderExcluirGostei muito deste trecho-poema de quem entendeu e sentiu a exposicao de e sobre Gordon Matta Clark.
ResponderExcluir