Nunca consegui escrever nada com projectos, planos, programas, esquemas, prazos. Grão a grão, verso a verso, enche a galinha o papo. Pôr o carro à frente dos bois. Assim é que funcionou para mim.
AULAS DE LITERATURA
Conheci uma professora catedrática estúpida que dava aulas sobre Os Lusíadas. Criticou-me por andar a ler A Flora dos Lusíadas do Conde de Ficalho. Disse-me: " O Conde de Ficalho não era um crítico literário." O problema de muitos literatos que falam de flores e de frutos, porque os poemas falam de flores e de frutos, é que não sabem nada de botânica. Não sabem nada de nada, muito menos de literatura.
O MEU BAIRRO
Comprei um bocado de melancia no lugar. Na rua, um desconhecido aproximou-se de mim e disse-me: "Agora ia uma talhada de melancia." Fez um verso. O meu bairro é um oásis. Só acredito no Portugal das cantigas, rapazes e raparigas."
Tenho de acabar de escrever este livro. Assim é a escrita infinita. Gostava que este livro fosse uma bomba de balas. Balas em brasileiro, claro. Balas são rebuçados.
Adília Lopes
(Ilustração de Luís Manuel Gaspar)
https://www.youtube.com/watch?v=I5QuNXdC9Do
Adília Lopes
(Ilustração de Luís Manuel Gaspar)
https://www.youtube.com/watch?v=I5QuNXdC9Do
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