Ao António Lobo Antunes
A estória é o que deitamos na panela a amornar nas cinzas
onde inesperado sopro lhe levantará fervura.
A cozinha é a cozinha como
uma rosa é uma rosa, querem
coisa mais simples? E se ao dizê-lo alto
não sentirem no ouvido
um fósforo riscar luz no ponto exacto
onde começa o corredor que leva
ao mais obscuro dos labirintos, a culpa é do
nosso compromisso anacrónico com a sinomínia, valor em queda
na bolsa das palavras com
as aplicações descendo dia-a-dia. Certifiquem-se
na banca da poesia, onde a prática mostra como
os dicionários se incompletam quando
afloram a palavra.
Júlio Pomar
https://www.youtube.com/watch?v=l7fy2Ixw84s
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