no altar da nora enferrujada,
edificávamos quintas.
Lâminas de xisto erguiam paredes,
lama de rio as agregava,
palitos serviam de portas e cancelas,
seixos demarcavam o redil
onde bugalhos baliam sem boca,
cascos ou lã que se visse.
Para o final o jardim:
flores sem nome a toscos muros arrancadas.
Tão magros ambos a pele tão clara
e na lama os braços confundidos.
Velho que erguesse os olhos da sueca
às arcadas do rio,
tomar-nos-ia decerto não por duas
mas por uma só criança
afogada.
Rui Laje
(pintura de Maria Keil)
https://www.youtube.com/watch?v=_Fmrk3aDhSM
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