O pássaro atravessa
silencioso a noite
e pousa nas asas da luz
para ouvir imóvel
o cântico das cores
de Joan Miró.
Cansada da larga
travessia noturna
a estrela se deita
no dorso do pássaro
e vem beber a luz
que escorre macia
da mão de Miró.
Um pássaro na cabeça,
a fronte esfogueada
de sal mediterrâneo,
a mulher morena
abre as mãos consteladas
e oferece ao vento
as espigas do canto
que nunca se cala
no sonho catalão
de Joan Miró.
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