quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Fado do Alentejo



Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Oceano de ondas de oiro
Tinha um tesoiro perdido
Nos teus ermos escondido
Vim achar o meu tesoiro

Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Convento de céu aberto
Nos teus claustros me fiz monge
Perdeu-se-me a terra ao longe
Chegou-se-me o céu mais perto

Alentejo, ai solidão
Solidão, ai Alentejo
Padre-nosso de infelizes
Vim coberto de cadeias
Mas estas com que me enleias
Deram-me asas e raízes

José Régio
Pinturas de Henrique Pousão

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