I
Sem uma ruga de vento.
Sol e marasmo.
Silêncio feito de troncos
e de pasmo.
Campos, pinheiros e campos
quietos. Tanto,
o sol parado
encheu-me os olhos de espanto.
III
Já nem as aves cantam pela maré cheia
da tarde.
À flor da areia
só o silêncio arde.
V
Sol e vento,
lábios de maresia
na lagoa a coalhar,
onda sobre onda,
mar e dia.
Carlos de Oliveira
Foto de Renato Roque
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