A cidade de Bergen
Subindo no funicular
O bairro histórico de Bryggen
O brasão de Bergen no tempo da Liga Hanseática era contituído: do lado esquerdo, por metade de uma águia que remete para a cidade alemã de Lubeck, uma das principais da Liga; do lado direito, um bacalhau seco.
A Liga Hanseática era uma associação comercial (Hanse em alemão antigo significa associação) que chegou a estender a sua influência por mais de 100 cidades. Controlavam o comércio no Mar Báltico e no Mar do Norte e garantiam o monopólio dos produtos sempre que possível, entre os séc. XIII e XVI. O crescimento de rotas comerciais alternativas foi um dos factores que ditou o seu declínio.
Bergen era uma das quatro bases comerciais mais importantes da Liga e foi ao longo do seu cais (o Bryggen) que se estabeleceram os armazéns e escritórios pertencentes aos alemães.
Esses edifícios quase todos de madeira, sofreram vários incêndios, mas foram reconstruídos e constituem actualmente o maior conjunto arquitetónico sobrevivente da época da Liga Hanseática.
Desde 1979, o bairro de Bryggen é considerado pela UNESCO Património Histórico da Humanidade.
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Na Alemanha nazista, o Projecto Lebensborn foi um dos diversos programas lançados por Heinrich Himmer, braço direito de Hitler, destinados a provar a teoria da "raça pura" - a raça ariana.
O programa consistia em promover um maior número de filhos entre casais e, também o nascimento dos filhos de mães solteiras. Prometia-se às mães abrigo, cuidados médicos, dinheiro e, se fosse vontade delas, a adopção das crianças.
O programa foi estendido aos países que a Alemanha ocupou durante a II Guerra Mundial. Chegou à Noruega em 1941.
Os soldados alemães eram incentivados a ter filhos de mulheres norueguesas que, assim como outras escandinavas, loiras e de olhos azuis, eram consideradas "clássicas arianas". Um dos centros abrigo para mães ficava em Bergen. Terão sido entre 8000 a 12000 as crianças registadas nesses centros criados pelos nazis na Noruega.
Em 1945, com o fim da guerra, os noruegueses aplicaram todo o seu ódio contra estas mulheres que foram obrigadas a desfilar em público sob os gritos de "prostituta alemã". Muitas perderam o emprego e foram presas ou internadas.
Segundo as autoridades da época, as mulheres que haviam tido relações com soldados nazis deviam ser atrasadas mentais, deficiência essa que também iria afectar os seus filhos, pelo que muitos acabaram internados em orfanatos e instituições psiquiátricas onde sofreram todo o tipo de abusos e perderam a oportunidade de estudar.
Uma das mais conhecidas "crianças alemãs" é a cantora Frida, do grupo ABBA.
Nascida em 1945 de mãe norueguesa e de um soldado alemão, ela, a mãe e a avó tiveram de se refugiar na Suécia para escapar à perseguição dos seus conterrâneos. A mãe viria a morrer antes de Frida completar dois anos.
Somente na primeira década do séc. XXI, um grupo de Lebensborn (cerca de 150 pessoas) decidiu recorrer à justiça norueguesa para denunciar o que consideram ter sido a cumplicidade do governo na sua tragédia pessoal. O governo, em tempos, já lamentara a situação mas nunca reconheceu que as "crianças alemãs" tenham sido sistematicamente maltratadas. Em 2007, o Tribunal Europeu de Justiça decidiu a atribuição de indemnizações a estas vítimas da guerra, mas na realidade o máximo que conseguiram foi a oferta a alguns deles de uma compensação simbólica, com o argumento de que os factos relatados ocorreram há várias décadas.
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