desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado p´ra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição p´ra homem
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado
( Pintura de Paula Rego)
https://www.youtube.com/watch?v=cs4d3QOHHsE
Nenhum comentário:
Postar um comentário