estiveram sempre perto do tempo, nunca se cansaram
de receber a poeira dos campos, a areia numa praia, o ar
que vinha da nossa respiração. Ao folhearem um livro
colhiam as palavras. Por vezes aproximam-se
para encontrar o peso das coisas e as conhecer
melhor. Junto das árvores sentem a resina, talvez
a luminosidade que existe no seu interior. Se acenam
a alguém ficam depois mais unidas. É assim que o seu calor
nos pertence. Depois podes esperar que principie um gesto
que seja de todos o mais simples. Será o último? Olha-as
de novo, para que elas possam também descansar.
Fernando Guimarães
(arte de Helena Almeida)
https://www.youtube.com/watch?v=JnmbN3Yitcs
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